sábado, 20 de agosto de 2011

Easy things.

Correr é fácil. Julgamos que deixamos para trás os erros e as promessas quebradas, a dor de saber que o que perdemos não irá voltar, e a agonia de sofrer e perceber que temos imensos motivos para isso. Pensamos que podemos esquecer as lágrimas que chorámos por motivos que hoje ainda não conseguimos apagar, e pensamos poder diminuir a cor das memórias menos boas, e escapar á humilhação de todos os desafios em que falhámos. Ocultamos a forma como cada erro nos fez crescer, e preferimos pensar que há sempre uma volta a dar, e que no fundo, os erros são algo demasiado fácil de esquecer.
No entanto, as memórias são algo eterno, e é complicado lidar com elas quando se tornam tão duras que é impossivel esquecê-las. Aprendemos com elas ao longo do tempo, porque todas têm uma história para contar. Evitamos relembrar os fracassos, o arrependimento e a dor que ainda nos vai consumindo aos poucos, e damos apenas valor a todos os momentos que nos fizeram acreditar que talvez um dia, tivéssemos ousado pensar que afinal, somos melhores do que julgáramos. Mas a felicidade é algo absurdo, que vai e vem, e que nos permite relembrar pequenas rugas no sorriso de alguém que nos possibilitiu a descoberta de um lado que não conheciamos. A felicidade permite-nos relembrar palavras de alguém que no momento certo nos fez acreditar em algo mais do que aquilo que julgáramos poder ter. Deixamo-nos levar pela sensação de que na verdade, ser feliz está ao alcance de qualquer um, mas ao voltar á realidade, damos por nós a concluir que a vida é algo impossível se não a vivermos com paixão e sobriedade. É algo questionável, percorrida por vírgulas e barreiras, obstáculos, ilusão e desilusões. A vida move-nos, ensina-nos, molda-nos às nossas próprias ambições e á dor que muitas vezes nos consome, ou ao amor que nos embala durante a noite. A vida nem sempre é justa, e por vezes vai-nos matando por dentro, mas quando nos surpreende sem o mínimo de cuidado, torna-se a única coisa por que vale a pena acreditar no 'felizes para sempre'.
A verdade é que na vida, por vezes não temos a consciência necessária para percebermos que desilusões são tão frequentes como errar, e que todos os erros que cometemos são uma lição que muito dificilmente poderemos esquecer. Mais tarde percebemos que o verdadeiro amor é algo que nos acompanha para sempre, e que por mais que o tentemos evitar, chega a altura em que percebemos que não poderiamos ter feito nada para o impedir. Nada nos ensinaria como usá-lo, e é por isso que errar é humano. Porque amar é a única coisa que nos torna humanos, e a única coisa que em toda a tua vida, nunca poderias controlar, mesmo que pensasses que o tempo te traria todas as soluções de que achavas precisar.

Sem comentários:

Enviar um comentário